
tarefa difícil. mas hoje quero falar um pouco da sorte.
digo sorte, porque não consigo termo melhor pra traduzir a oportunidade de se ter alguém de quem você realmente goste ao seu lado, mais ainda se essa pessoa verdadeiramente também te amar.
o tipo de encontro de que estou falando não é esse que quase a totalidade das pessoas experimentam, e eu nem estou falando da masturbação comunitária em que se transformaram muitos dos relacionamentos atuais, mas de encontros bonitos e saudáveis, que em geral até fazem as pessoas felizes, mas mais porque elas assim o querem do que pela própria espontaneidade do encontro real.
encontros são raros. únicos. inesquecíveis. eles nos seduzem por nos fazer achar que estamos isentos do vazio instalado pela solidão do homem. engano! isso não ocorre! somos sozinhos sim! mas faz uma diferença danada, né? está ai o elemento sorte. sentimos o que achamos, achamos o que sentimos... tudo passa a fazer sentido, mesmo não tendo. é bem mais difícil comer a carne crua. ao sermos enganados quanto a inexistência da morte, passamos a viver quase como folhas flutuantes em algum campo interiorano.
devo parecer confuso, já nem ligo mais que pensem isso de mim, mas até no mito da criação o criador fez o homem sozinho e depois disse que ele não deveria ficar só. nessa dimensão, na licença que me dou de interpretar a vida com meus olhos enganados e enganadores, penso sempre nela: na amizade. o amor sublime, a presença salutar, a justa medida.
se essa amizade for ainda a de alguém com que você queira acordar... sorte! muita sorte! boa sorte!
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