terça-feira, 29 de março de 2011

e pra não dizer que eu não falei das flores...


tarefa difícil. mas hoje quero falar um pouco da sorte.
digo sorte, porque não consigo termo melhor pra traduzir a oportunidade de se ter alguém de quem você realmente goste ao seu lado, mais ainda se essa pessoa verdadeiramente também te amar.

o tipo de encontro de que estou falando não é esse que quase a totalidade das pessoas experimentam, e eu nem estou falando da masturbação comunitária em que se transformaram muitos dos relacionamentos atuais, mas de encontros bonitos e saudáveis, que em geral até fazem as pessoas felizes, mas mais porque elas assim o querem do que pela própria espontaneidade do encontro real.

encontros são raros. únicos. inesquecíveis. eles nos seduzem por nos fazer achar que estamos isentos do vazio instalado pela solidão do homem. engano! isso não ocorre! somos sozinhos sim! mas faz uma diferença danada, né? está ai o elemento sorte. sentimos o que achamos, achamos o que sentimos... tudo passa a fazer sentido, mesmo não tendo. é bem mais difícil comer a carne crua. ao sermos enganados quanto a inexistência da morte, passamos a viver quase como folhas flutuantes em algum campo interiorano.

devo parecer confuso, já nem ligo mais que pensem isso de mim, mas até no mito da criação o criador fez o homem sozinho e depois disse que ele não deveria ficar só. nessa dimensão, na licença que me dou de interpretar a vida com meus olhos enganados e enganadores, penso sempre nela: na amizade. o amor sublime, a presença salutar, a justa medida.

se essa amizade for ainda a de alguém com que você queira acordar... sorte! muita sorte! boa sorte!

sexta-feira, 11 de março de 2011

aham?


A sanidade deve ser mesmo algo raro. Como é que eu posso garantir que as minhas palavras e - o pior! - meus sentimentos não me levam para um destino infeliz? Prefiro não falar de sensatez, porque essa palavra já não existe mais no meu léxico. Forçando a barra, tirando o insesto, o canibalismo, o homicídio e a pedofilia, para mim tudo é 'relativamente sensato'. Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado? Não aguento mais isso! Diabo de tarefa difícil! O limite do respeito a amizade é uma boa referência, e eu já discuti isso por aqui, mas ainda assim, eu teria de escrutinar a alma da pessoa para dizer se ela é boa ou ruim e saber se o que ela produz na vida é realemente de todo mal.

Muita gente defende a importância da intuição. A intuição nos permitiria pensar na pessoa divina, a qual, em tese, agiria nos níveis ocultos de nossa existência, fazendo com que acertássemos. Mas ai, a gente esbarra na celeuma religiosa e eu prefiro a coisa mais crua.

Um mundo de pessoas insiste em passar a mão na sua cabeça e tecer elogios eternos quanto a sua capacidade de 'elocubração', 'elaboração' etc etc etc. Aham! Como diria a Xuxa: Senta lá Claudia! É só você perder o primeiro prazo de pagamento de uma conta, é só você dar uma palmada mal dada, é só você fazer alguém sofrer na vida que você se torna o ser mais mal encarado do cinema mundial. E o pior que por muitas vezes isso se dá porque você mesmo acredita nisso.

Eu já vivi isso tudo. Análise? Tem ajudado. Caminhei bastante. Mas pensando bem... Em qual caminho? Ih! Meu grau de insanidade está mesmo nas alturas. É melhor 'curtir o dia'. Fui!