sábado, 31 de janeiro de 2009


A inteligência cria mundos que não vemos, enquanto a burrice destrói o único que temos.

Na vida, eu crio mundos. O tempo inteiro. No campo profissional, fico me imaginando produtivo, promissor e fico projetando o sucesso. As vezes projeto o caos, a falência e a desordem.

Na vida pessoal, fico projetando os 'e se'...
E se eu não tivesse feio isso? E se eu tivesse dito aquilo? E se eu tivesse sido mais corajoso? Merda! Eu odeio os 'e se'. Frustram-me. Fazem me lembrar da minha covardia, da minha limitação e miséria. Da minha incapacidade de contemplar a beleza do presente. Acabam-se verdades, destróem-se conquistas, perdem-se amizades e quebram-se promessas.

Eis, então, a burrice... veloz, sagaz e completa. Cegando e seduzindo como perfume de mulher loira. Foda!

Mas respiro o falso perfume da felicidade suposta, da felicidade imaginada.

E quando caio na real (se é que já cai) percebo-me misto. Misto de intelgência e burrice. Um misto-quente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Cativar


E foi então que apareceu a raposa.
__ Bom dia - disse a raposa.
__ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que , olhando a sua volta, nada viu.
__ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
__ Quem és tu? - perguntou o principezinho. __ Tu es bem bonita...
__ Sou uma raposa - disse a raposa.
__ Vem brincar comigo - propôs ele. __ Estou tão triste...
__ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. __ Não me cativaram ainda.
__ Ah! desculpa - disse o principezinho.
Mas após refletir, acrescentou:
__ O que quer dizer "cativar"?
__ Tu não és daqui - disse a raposa. __ Que procuras?
__ Procuro homens - disse o pequeno príncipe. __ Que quer dizer "cativar"?
__ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
__ Não - disse o príncipe. __ Eu procuro amigos. __ Que quer dizer "cativar"?
__ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. __ Significa "criar laços"...
__ Criar laços?
__ Exatamente - disse a raposa. __ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
__ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flôr... eu creio que ela me cativou...
__ É possível - disse a raposa. __ Vê-se tanta coisa na Terra...
__ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__ Num outro planeta?
__ Sim.
__ Há caçadores nesse outro planeta?
__ Não.
__ Que bom! E galinhas?
__ Também não
__ Nada é perfeito - suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou a seu raciocínio.
__ Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
__ Por favor... cativa-me! -disse ela.
__ Eu até gostaria -disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
__ A gente só conhece bem as coisas que cativou -disse a raposa. __ Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
__ O que é preciso fazer? -perguntou o pequeno príncipe.
__ É preciso ser paciente -respondeu a raposa. __ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
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Pra pensar...
Por quanto tempo devemos ficar sentados na relva?
Até quando devemos ficar calados?
Quando se aproximar?
É verdade que a linguagem se torna fiel aos fatos?
Até quando voltamos?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

entendiados e afoitos

"Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos" (Maitê Proença)

Gosto dessa frase dela...muito. Até porque me sinto um 'afoito'. Por outro lado, acho esse pensamento um pouco preconceituoso, parece que 'os que assistem entendiados' têm demérito por isso. Nem sempre isso é verdade. Os entendiados muitas vezes são cuidadosos e por isso podem ter maior longevidade. É certo que podem ser entediados, mas o bom coração e proteção da ignorãncia também podem fazê-los felizes, à sua medida.

Da minha parte, continuo sendo afoito...

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Caverna do Dragão


Eternas buscas ou Constantes conquistas? Duas maneiras de olharmos para o prisma dessa animação que marcou uma década... Estaria a turma de Hank em uma eterna saga em busca de sua liberdade ou podemos dizer que eles retratam todo o tempo as nossas batalhas que diariamente precisam ser vencidas?

Abro aqui um escpaço para refletirmos sobre a vida... qual seu sentido? Uma caminhada em direção a libertação ou um constante exercício de aperfeiçoamento?

Esse 'ploc' é pra isso mesmo... pra falar de tudo, inclusive do nada...rs

Divirtam-se

Ab
R