
Quando olho para trás, na vida, descubro que ainda tem muitas coisas das quais eu me arrependo. São pensamentos insalubres e insosos, desnecessários, mas que insistem em bater na porta do meu ego, de quem eles encontram apoio e todo suporte para tentar ofuscar aquilo de bom e digno que também vivi.
Nessa hora bate aquele vazio existencial, o qual, ao mesmo tempo, me destroça como pessoa, mas me fortalece como humano.
Como pessoa, minhas fragilidades gritam pelo ombro amigo, a perna que encosta, pela cumplicidade de um olhar e pela falsa certeza de que sempre haverá alguém para te dizer que está lá com você.
Como humano, de modo inversamente proporcional, eu cresço. Cresço, pois sou obrigado a descobrir que a única presença que realmente habita minha existência é a minha. Cresço porque descubro que sou mais forte do que pensava e que o sofrer nos faz mais inteiros, mais verdadeiros, mais confiantes e capazes de superar tantos avessos. Nessa hora acredito em Deus!
Certa vez me disseram que o mais importante na vida não é o chegar, mas o próprio caminhar. E eu acreditei nisso. Não quero, portanto, sucumbir aos pretensos fracassos que me fizeram chorar, às mentiras infantis que me fizeram acreditar que a vida é um conto de fadas em que eu sou o sol, ao redor do qual giram planetas, asteróides e gentes, aos amores confusos e ofegantes que, no fundo, de mim muito levaram e quase sempre pouco deixaram.
Não! Não quero mais! Quero pensar na vitória de cada dia, na caminhada que me conquista e que me perrmite ver que sou grande, numa pequenez limitante da qual pouco quero saber e muito quero mudar.
Acredito, espero um dia garantir, que só assim o vazio, esse vácuo infernal que nos acompanha a todos, será apenas um companheiro com quem convivo, por não ter opção, mas de quem aprendo muito, pelo mesmo motivo.