sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

forças


Alguma coisa brota em mim que me faz ser, segundo todos querem que eu acredite, demoníaco. É isso mesmo! DEMONÍACO com todas as letras garrafais e aquelas bocas de heavy metal de batom preto e linguão de piercing pra fora. Grotesco? Pode ser sim, mas real.

Paremos para pensar um pouco. Uma vida libertária de fato, no meu ver, segue dois caminhos, ao mesmo tempo: o do respeito ao próximo e a si mesmo. É o mesmo princípio cristão do amai ao próximo etc etc etc. O que ninguém quer parar para pensar é o que amar a si mesmo pode significar.

A origem da palavra demoníaco desemboca em dois sentidos que são antagônicos, talvez não em termos sincrônicos, mas no que se propõem a serem. O nefasto, o esquerdo, o cambrolhão está ligado á idéia de diabólico. Esse me assusta! Esse pode me tirar daquele caminho do respeito ao próximo, e por consequência, da minha liberdade humanitária. O outro, é ele mesmo, o demoníaco que está ligado exatamente àquelas forças de TNT que nos impulsionam, nos fazem impulsivos, e fazem com que nos sintamos mais vivos. Traduzindo é a libido: o tesão, a vontade de dançar, de beber, de xingar a quinta geração de vizinhos, de botar fogo no rabo do gato e de mandar aquela velha professora pra ponte que partiu em Barra de São João! Também é a força que me faz amar. Amar até as últimas consequências. Com demonstrações sinceras de carinho, com choros, escândalos e silêncios. Pode até ser aquela força que no suicídio nos faz ter a falsa ilusão de que ali a vida continua. Enfim, é o moinho, o gerador, o ponta pé, o tapa na bunda que faz o bebê perceber que por aqui não cabe ficar engasgado.